Na vida temos algumas formas de nos relacionarmos com as outras pessoas. Formas mais efetivas e outras nem tanto. Infelizmente, quando estamos no nosso “modo automático”, nem sempre percebemos que não estamos sendo efetivos e saímos por aí, cuspindo marimbondo (agressivos de plantão) ou engolindo sapos (passivos de plantão). Fato é que quem cospe marimbondo ou engole sapos, precisa sempre lidar com venenos… será mesmo que precisamos nos relacionar assim em nossas vidas?
Você já se viu em situações em que desejou poder expressar suas opiniões e sentimentos de forma mais clara e direta, ou que talvez até conseguiu fazer isso e encontrou “luz no fim do túnel” para algo que parecia sem saída? Se a resposta for sim, talvez você tenha descoberto o caminho da assertividade. Ela é uma habilidade fundamental para estabelecer relacionamentos saudáveis e alcançar objetivos pessoais e profissionais.
O que é assertividade?
A assertividade é a capacidade de comunicar seus pensamentos, sentimentos e necessidades de maneira clara, honesta e respeitosa, mantendo o respeito com você mesmo e com os outros.
É importante diferenciar que na comunicação passiva, a pessoa prioriza as necessidades e sentimentos dos outros e não expressa efetivamente as próprias necessidades, passando a mensagem de que “o que você pensa é importante, o que eu penso, não importa”. Já na comunicação agressiva, a pessoa prioriza as próprias necessidades, preferências e sentimentos, passando a mensagem contrária: “o que eu penso é o que importa e não estou nem aí para o que você pensa”.
A assertividade é encontrar o equilíbrio entre expressar-se e ouvir os outros, respeitando as opiniões e sentimentos de ambas as partes.
Por que a assertividade é importante?
A comunicação é um pilar extremamente importante para que possamos transmitir nossas ideias, pensamentos e conflitos. Ser assertivo ajuda a evitar mal-entendidos e conflitos, pois suas mensagens são transmitidas de forma clara e compreensível.
A prática da assertividade aumenta a autoestima e a confiança, pois você se sente mais capaz de expressar suas necessidades e defender seus direitos. E ao ser assertivo, você demonstra respeito por si mesmo e pelos outros, criando relacionamentos baseados na compreensão e na consideração mútua.
Dicas para desenvolver a assertividade:
- Conheça seus sentimentos: Esteja ciente de seus sentimentos e necessidades antes de expressá-los aos outros. Isso ajuda a evitar reações impulsivas e evita que você precise estar sempre “se explicando”.
- Pratique a escuta ativa: Ouça atentamente os outros e demonstre empatia em relação às suas opiniões e sentimentos. Isso cria um ambiente de respeito mútuo.
- Foque no “Eu” em vez de “Você”: Ao expressar seus sentimentos e necessidades, evite acusar os outros. Ao invés disso, use frases como “Eu me sinto desta forma quando…” para comunicar suas emoções.
- Defina limites e aprenda a dizer “não”: Esteja disposto a estabelecer limites saudáveis e a dizer NÃO quando necessário. Lembre-se de que dizer não não é egoísta; é uma maneira de cuidar de si mesmo.
- Pratique, pratique, pratique: A assertividade é uma habilidade que melhora com a prática. Comece com situações e pessoas menos desafiadoras e, gradualmente, avance para aquelas que são mais difíceis.
Por fim, lembre-se, o desenvolvimento de novas habilidades é uma jornada que precisa de consistência, tempo e paciência. Com esses três elementos, você pode aprimorar suas habilidades de comunicação assertiva e colher os benefícios em todas as áreas da sua vida. Comunicar-se com clareza e respeito constrói pontes para uma compreensão mútua tornando nossas relações se conectadas por sentimentos, pensamentos e conflitos de maneira honesta, sem agressividade ou passividade. Seja persistente e lembre-se de que o autodesenvolvimento é um processo contínuo.
Escrito por:
Anna Beatriz Carnielli Howat Rodrigues
CRP 16/2307
Título de pós-doutorado em Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro,Doutora em Psicologia Experimental e Especialista em Psicologia Comportamental Cognitiva pela Universidade de São Paulo, Mestre em Psicologia e Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo.